O comitê organizativo da Flotilha Global Sumud, a maior frota marítima buscando romper o cerco “israelense” na Faixa de Gaza, anunciou que seus participantes finalizaram um treinamento abrangente em preparação a todos os cenários que possam vir a enfrentar, e que mantêm-se de prontidão para navegar saindo da Espanha amanhã, domingo (31/08/2025), em uma iniciativa histórica de enfrentamento ao cerco de inanição e ao genocídio que perdura por quase dois anos. O comitê também confirmou a participação de ativistas de 44 países na flotilha com destino à costa de Gaza.
Entre os participantes da Flotilha Global Sumud está a palestina *Jaldia Abubakra*, vinda dos territórios ocupados em Bir al-Saba, de uma família que se refugiou na Faixa de Gaza após a Nakba, em 1948. Hoje, Abubakra vive na Espanha, onde permanece ativa defendendo os direitos do povo palestino, especialmente das mulheres, dos prisioneiros e dos refugiados.
Em uma declaração antes do início da jornada, Abubakra diz: “Esta é a minha jornada rumo à Palestina. Estou retornando junto à Flotilha da Liberdade, acompanhada dos povos livres que decidiram pelo rompimento do cerco, pelo suporte à resiliência de nosso povo e por expor diante do mundo os crimes da ocupação sionista.”
Jaldia Abubakra fundou o Movimento Palestino de Mulheres – Alkarama em 2017, na Espanha, um movimento de mulheres dedicado a amplificar as vozes de mulheres palestinas em sua luta por libertação e pelo retorno. Ela também participou de campanhas de boicote e das primeiras tentativas de quebra do cerco com a Flotilha da Liberdade em 2016, além de ter concorrido previamente nas eleições para o Senado espanhol. Ela é a coordenadora da Rede Samidoun de Solidariedade aos Prisioneiros Palestinos em Madri e, em 2021, participou da fundação do Movimento do Caminho Palestino Revolucionário Alternativo, o Masar Badil.
Abubakra diz: “Devemos assumir nossa responsabilidade na diáspora para com o nosso povo em Gaza, na Cisjordânia e em toda a Palestina ocupada, que compreendo como uma única terra, do Rio ao Mar. Afinal, somos um povo unido por uma causa e um destino em comum, e nossos direitos são indivisíveis,” reiterando sua convicção inabalável de que “o povo palestino jamais será derrotado e nunca esqueceremos de nossa nação e de nossa causa, não importa quantos inimigos tenhamos de enfrentar ou o tamanho das dificuldades e dos desafios.”
Ela também faz um apelo de que a entidade de ocupação “israelense” seja mundialmente pressionada a não impedir a chegada da flotilha a Gaza, afirmando que “essa iniciativa popular representa um clamor global por justiça em face do genocídio e da fome infligidos sobre o povo palestino.”