O Movimento de Caminho Palestino Revolucionário Alternativo e a Rede Samidoun de Solidariedade aos Prisioneiros Palestinos convocam todas as entidades de direitos humanos e políticas, os movimentos sociais e os povos livres no Brasil e no mundo a rejeitarem a recepção do criminoso de guerra Naftali Bennett, ex-primeiro-ministro da ocupação israelense — o criminoso que carrega sobre seus ombros o sangue de milhares de palestinos e milhares de crimes contra o nosso povo.

Esta visita, organizada por entidades como o clube hebraica de São Paulo, não é apenas uma demonstração de apoio a ele, mas um apoio direto ao projeto de ocupação e agressão permanente contra a Palestina. Exortamos as autoridades brasileiras a cumprirem imediatamente suas responsabilidades legais e humanitárias, detendo Bennett e impedindo sua circulação.

Naftali Bennett é um criminoso de guerra por excelência, como comprovam suas declarações públicas defendendo o assassinato e as execuções extrajudiciais. Em 2021, ele apoiou abertamente os soldados israelenses que dispararam contra o jovem palestino Muhammad Salima na área de Bab al-Amud, em Jerusalém, enquanto ele estava caído no chão. Bennett afirmou em sua conta no Twitter que os soldados agiram “com rapidez e firmeza” e pediu apoio total a eles — declarações que revelam instruções políticas explícitas que incentivam e autorizam o assassinato de palestinos sem qualquer responsabilização.

Em um caso semelhante, o assassinato do trabalhador palestino Abdel Fattah Al-Sharif pelo soldado Elor Azaria, em 2016, é mais uma prova de um padrão sistemático de execuções extrajudiciais, repetido durante o período de Bennett e outros líderes da ocupação.

Os planos coloniais de Bennett representam um dos instrumentos centrais do projeto de ocupação: seu governo aprovou inúmeros projetos e expansões de assentamentos destinados a multiplicar o número de colonos e anexar vastas áreas de terras palestinas, especialmente na Cisjordânia — incluindo a chamada “Área C”, que representa 61% do território — além de tentativas de consolidar controle sobre regiões de Gaza. Bennett rejeitou categoricamente a criação de um Estado palestino livre com Jerusalém como capital.

Essas políticas coloniais destroem a terra e removem o povo palestino à força — crimes que exigem responsabilização e julgamento internacional. Entre seus projetos mais graves estão a expansão do assentamento “Trump”, a duplicação do número de colonos no Golã ocupado e a execução de 31 grandes planos de colonização nos territórios ocupados, aprofundando a ocupação sob falsa cobertura política e legal.

Chamamos atenção também para a realidade das terras brasileiras, marcadas por contínuas apropriações por colonizadores internos e externos às custas dos povos originários. Rejeitamos a entrada de criminosos de guerra como Bennett em um país já esgotado pelo colonialismo. O Brasil deve ser terra de liberdade e justiça — não um porto seguro para criminosos de guerra, nem colaborador das políticas de ocupação e colonização.

Nossa demanda pela prisão de Naftali Bennett é legítima no plano jurídico, político e humano. Ele é um criminoso de guerra que deve ser responsabilizado internacional e localmente. Acreditamos que a luta radical contra o sionismo e o desmantelamento de seus projetos é o passo essencial e inicial da luta mais ampla contra o capitalismo e o imperialismo que sustentam e financiam a ocupação.

Esta campanha é a voz da liberdade e da justiça. Não permitiremos a normalização com a ocupação nem a complacência com criminosos de guerra.

Liberdade para todas e todos os prisioneiros palestinos.
Juntas e juntos na luta até a libertação, do rio ao mar.

Share this
Send this to a friend